A composição de renda pode ser definida como a associação entre dois ou mais compradores para adquirir um bem de maior valor. Seu funcionamento é bem simples: na hora de definir o valor máximo da parcela, que não pode ultrapassar a margem de 30% da renda mensal, respeitando a Lei do Comprometimento de Renda, a instituição financeira soma os rendimentos de todos os participantes.
Por exemplo, se você possui uma renda de R$ 3.000,00, pode comprometer no máximo R$ 900,00 por mês. Agora, juntando o rendimento de seu cônjuge, por exemplo, sendo este também de R$ 3.000,00, a margem salta para R$ 1.800,00, permitindo o financiamento de um imóvel de maior valor.
Tradicionalmente, a composição de renda para financiamento era permitida apenas a cônjuges casados ou companheiros com a união estável registrada em cartório, mas esse cenário mudou há um bom tempo. Agora, as regras variam conforme a instituição concessora do crédito. A CAIXA, por exemplo, permite a participação de qualquer pessoa. Já no Banco do Brasil, há um limite de até três pessoas, que devem ter parentesco, seja ele sanguíneo ou por afinidade.
A análise de crédito é feita individualmente, ou seja, nenhum dos proponentes pode ter pendências cadastrais. Inclusive, cada participante pode utilizar os recursos de suas contas vinculadas ao FGTS para compor a entrada, liquidar parcelas ou amortizar o saldo devedor, conforme as regras próprias de utilização do fundo.
A idade de cada proponente é um fator que impacta diretamente na viabilidade da composição de renda e deve ser avaliada rigorosamente antes que sejam definidos os participantes. Para definir o prazo máximo do financiamento, será levada em consideração a idade do participante mais velho, já que existe uma idade máxima para que alguém tenha um financiamento imobiliário ativo no país.
Assim, a presença de um participante de idade mais avançada pode anular os benefícios da composição de renda ou até mesmo inviabilizar a liberação do crédito no valor desejado, já que quanto menor o número de parcelas, maior o valor de cada prestação.
Existem alguns pontos que devem ser considerados na composição de renda para financiamento e merecem cuidado especial. Em primeiro lugar, vale lembrar que cada participante se torna proprietário do imóvel e, logicamente, é preciso que haja harmonia de interesses e regras bem definidas para evitar futuros desentendimentos.
Outro ponto importante está relacionado à possibilidade de um dos participantes se tornar inadimplente. Nesse caso, o imóvel pode ser objeto de penhora e cada proponente terá o percentual de sua renda que foi utilizado na composição comprometido para a compra de um novo imóvel por meio de financiamento.
Esse comprometimento da renda também merece atenção redobrada, principalmente quando apenas uma pessoa se torna responsável pelo pagamento das prestações, o que é muito comum. Se esse for o seu caso, tenha absoluta certeza de sua capacidade financeira para assumir as parcelas, já que um erro de cálculo pode levar à inadimplência, culminando com a perda do imóvel. Por último, é importante lembrar que as pessoas que participarem da sua composição de renda precisam estar cientes de que não poderão participar de outros programas de financiamento imobiliário.
Agora que você já sabe os prós e contras da composição de renda para financiamento, pode avaliar se é a opção adequada para o seu caso. Tomando todos os cuidados, é possível contar com um recurso a mais para adquirir o imóvel dos seus sonhos.
Fonte: https://ibagy.com.br/blog/financas/composicao-de-renda-para-financiamento/
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