A
Fundação Getúlio Vargas lançou nesta terça-feira (11) um índice novo que pode
substituir o IGP-M nos contratos de aluguel. O novo índice de variação de
aluguéis residenciais, o Ivar, que mede as mudanças mensais desses preços
levando em conta os contratos efetivamente fechados. Um índice que, segundo
economistas, reflete de maneira mais fiel o que realmente está acontecendo
nesse mercado.
Não
existe uma lei que obrigue a adoção de um índice específico para os alugueis.
Ele é escolhido nas negociações entre proprietários e inquilinos. Desde 1989,
quando o IGP-M começou a ser calculado, ele passou a ser a principal escolha
para a correção dos contratos. Mas, em 2021, fatores que não tem relação com o
aluguel jogaram o índice nas alturas. Em maio, por exemplo, o IGP-M ficou em
quase 40% no acumulado de 12 meses.
Para
fazer o histórico do índice, os pesquisadores acompanham 10 mil contratos
assinados entre inquilinos e proprietários em quatro capitais: São Paulo, Rio
de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.
Nas
contas dos pesquisadores, de dezembro de 2019 - pouco antes da pandemia - à
dezembro de 2021, esse índice sofreu queda de 0,61% no acumulado de 12 meses,
bem abaixo dos índices tradicionais de inflação.
“Reflexo
do momento que passa a economia brasileira. A gente tem os trabalhadores que
não estão tendo reajuste de salários, tendo que enfrentar pressões de gastos e
outros itens que não podem ser negociados, como energia elétrica, alimentação,
combustíveis e, por conta disso, onde é possível haver negociação, a gente está
observando uma desaceleração dos valores dos alugueis, por exemplo”, explica
Paulo Picchetti.
Compartilhe